Um peqeno castelo de caça na Hungria, onde outrora se celebravam elegantes saraus e cujos salões decorados ao estilo francês se enchiam de música de Chopin, mudou radicalmente de aspecto. O explendor de então já não exite, tudo anuncia o final de uma época. Dois homens, amigos inseparáveis na juventude, sentam-se a jantar depois de quarenta anos sem se verem. Um passou muito tempo no Extremo Oriente, o outro, ao contrário, permaneceu na sua propriedade. Mas ambos viveram à espera deste momento, pois entere eles interpõe-se um segredo de uma força singular... Este romance de Sándor Márai, é uma obra incomparável, uma bela reflexão sobre a amizade.
Cristina Carvalho revela neste romance biográfico, aspectos menos conhecidos da vida de Ingmar Bergman.
"(...)Esquelético, febril, doente, quase sem dar sinais vitais, nasci. O ambiente psicológico em casa não podia ser pior e Karin, a minha mãe, na altura do parto, encontrava-se no mais desolador estado depressivo. Nasci num domingo, o que já de si é um bom augúrio. Uma criança nascida num domingo, segundo a tradição sueca, terá o dom de ver mais longe, de alcançar outro horizonte.(...)
(...)São cinco horas e dez minutos desta manhã deste mês, Abril. Ainda está escuro. Caminho na direcção da sala da lareira, é sempre em frente. Observo, pelas janelas que prepositadamente me deixam ver aquilo que quero: a luz ao fundo da paisagem, a claridade que se vai apresentando por cima do mar, o próprio mar lá mais ao fundo ou o emaranhado verde do princípio da minha floresta. Um pouco de céu, também. Estou habituado a estes devaneios da natureza: a luz que nasce, a ambiguidade do dia a romper, o vento que sopra e agita as árvores à volta, a solidão das neblinas, os sons rasteiros das folhagens que se agitam com rapidez, à vezes em redemoinhos, conforme a voragem do vento. Sou um homem solitário a caminhar contra o vento. Todos os dias. (...)"
John Banville acompanha a história da protagonista Isabel Archer de "Retrato de Uma Senhora de Henry James". Mas Mrs. Osmond é uma criação de Banville.
No final do século XlX, Isabel Archer, uma jovem norte- americana, é enviada pela tia para a Europa, na esperança de que se familiarize com o mundo e adquira experiência. Quando Isabel herda uma fortuna inesperada, é convencida a casar com um homem sedutor e quase sem recursos, Gilbert Osmond, que mais tarde descobre ser cruel e enganador. Numa viagem a Inglaterra para visitar o primo que está às portas da morte, Isabel tem a hipótese de se livrar do casamento. Apesar disso , decide regressar a Itália. A criatividade narrativa, a precisão da lírica, as surpresas linguísticas, as camadas de intensidade emocional e psicológica, o subtil humor negro... Mais tarde o romance escolhe direcções que o próprio Henry James talvez se sentisse tentado a seguir.
Mary Anne Evans, que se tornará conhecida como George Eliot, nasceu a 22 de Novembro de 1819. Adoptou o nome masculino para que os seus trabalhos fossem levados a sério, escapando ao preconceito segundo o qual as mulheres apenas escreveriam romances ligeiros. A sua inteligência fez com que o seu pai investisse numa educação fora do comum para uma mulher. Middlemarch ( 1871-72) é o mais importante romance saído do período vitoriano. Nele George Eliot aborda todos os temas fulcrais da vida moderna: arte, religião, ciência, política, comportamentos, sociedade e relações humanas. Novela de estudo da vida provinciana, entre as suas personagens estão algumas das mais notáveis da literatura inglesa: Dorothea Brooke ( a heroína), Rosamund Vincy ( bela e egoísta), Edward Casaubon ( o estudioso), Tertius Lydgate ( um médico brilhante de duvidosa moralidade), Will Ladislaw ( o artista) e fred Vincy e Mary Garth ( namorados de infância).
Quando Bobby Rosell, um ex-colega de Mario Conde dos tempos do pré-iniversitário, solicita os seus serviços para reaver a estatueta de uma virgem negra com um menino ao colo, que lhe foi roubada, começa uma aventura, que é também uma viagem fascinante pelo tempo e pela história de Cuba, repleta de humor negro e melancolia. O detective Mário Conde , ex polícia, ao descobrir o valor incalculável da virgem, pois quem a possuía acreditava nos seus poderes curativos, vai na sua demanda desenhando um quadro de Havana, um retrato dos Cubanos, como vivem, como viviam, antes e agora que as barreiras foram levantadas e já podem sair da ilha. Excelente escritor, e um dos melhores jornalistas do seu país.
Jonh Berger nasceu em londres em 1926. Começou a sua carreira como pintor. Escritor, poeta, crítico de arte, ensaísta, dramaturgo: quando morreu aos 90 anos chamaram-lhe o artista total. Em, "Para o casamento", além da dor total, John Berger interroga a morte para prespectivar a vida. Como um poema iluminado o livro centra-se na decisão de dois amantes quando para sempre, é, e poderá ser, muito pouco tempo. A necessidade do amor, a honestidade de insistir numa ideia mesmo quando tudo e todos a contrariam. É um romance simultaneamente trágico e feliz. Absolutamente humano,
Charles Dickens conta-nos a história de Philip Pirrip, um jovem orfão que vivia no campo, criado pela horrível irmã e o bondoso marido, ferreiro de profissão, Joe. Na véspera de Natal de 1812, Pip, a cirandar pelo cemitério tem um encontro com um presidiário fugitivo que o ameaça com fantasmas se ele não lhe levar algo para comer. Este encontro vai mudar-lhe a vida. e também as visitas a casa de uma senhora rica, Miss Havisham, que vivia reclusa na sua mansão. Desde que o noivo a deixou esquecida no altar, nunca mais tirou o vestido de noiva. Pip vai criar grandes expectativas para si próprio e vai-se tornar um cavalheiro, esquecendo aqueles que eram seus amigos: Joe e Biddy. Livro delicioso e genial!
Walter Hugo Mãe escreve sobre a vida dos mais velhos, quando entram num lar.
O medo da solidão, o sair da sua casa, a perca do contacto com a família, a última idade.
O passado de Portugal às voltas nas suas vidas.
O passado feito conversa de amigos que o mesmo espaço juntou, e que com o tempo, um a um vão morrendo.
O senhor Silva, barbeiro reformado dizia:" uns filhos da mãe, a igreja é uma instituição pançuda que se deixou confortávelmente sentada ao lado de Salazar, e o Anísio: sempre do lado dos opressores, e o Pereira: não é bem assim..."
Apesar das mágoas, a candura existe mesmo nos momentos mais tristes.
A aceitação ou a adaptação a esta realidade, para não demonstrar a revolta de quem está num lugar para onde nunca quis ir.
Sensível, honesto, verdadeiro.
Muito bom!
O que é afinal essa máquina de fazer espanhois?
Dick Young um editor, numa fase difícil da sua carreira, aceita um convite para passar umas férias com a familía em casa do seu amigo Magnus Lane, na Cornualha. Magnus é um reputado cientista que faz investigação química na Universidade de Londres, e pede-lhe que sirva de cobaia de uma nova droga que descobriu. Ele aceita e é transportado para outra época do passado, no século 14, onde se envolve profundamente nos assuntos pessoais das personagens que aí viveram nesse mesmo local onde ele está: Kilmarth. Fica dependente dessas "viagens", preso em dois mundos, na dúvida de em qual deles quer permanecer? Livro fascinante, final estrondoso.
Daphne Du Maurier nasceu em Londres em 1907 e viveu até à sua morte em 1989, na sua amada Cornualha. A sua casa "Manderley", comprada em 1943, foi o suporte para o romance "Rebecca", adaptado ao cinema,por Alfred Hitchcock, de longe o seu mais conhecido romance.
"Ernestina", de Rentes de Carvalho, é uma escrita autobiográfica, memórias de família, que retrata o Norte de Portugal nos anos de 1930 a 1950. Rentes de Carvalho, conta a história de sua mãe, Ernestina. «Mãe de um só filho, a sua vida, que foi de uma tristeza, amargura e terrível solidão, dava um livro. Escrevi-lho eu. E a sua morte quebra o último elo carnal que me ligava à terra onde nasci. Felizmente são ainda muitos e fortes os laços que a ela me prendem.»" Era na aldeia de Estevais, em Trás-os-Montes, onde regressava todos os anos , a viagem de comboio, que separava a cidade do campo, as memórias dos avós, os cheiros da terra, a infância que não se sabia feliz, mas que ficou inteira de recordações, enternecedoras. Excerto: "Que mais me ficou? O banho na varanda, numa tina de água fria. O cheiro dos lençóis de linho e o da palha fresca das enxergas. Os cachos de uvas do ano anterior, pendurados para se tornarem passas. Uma gaveta com brinquedos esquecidos. O gosto da água bebida por uma pucarinha de barro. Correr de nossa casa para a casa da avó e ao abrir da porta aspirar fundo, por gosto, o odor conjunto dos estábulos, das pipas vazias, das talhas do azeite e das arcas da salmoura, dos toros de pinho, da resina das estevas, da fuligem secular entranhada em paredes seculares." Que mais dizer? De tão verdadeiro e tão tocante? ....Saudades!
O Livro da Alegria
Dalai Lama e Desmond Tutu, ambos galardoados com o prémio Nobel da Paz, partilham connosco os seus pensamentos, e procuram ajudar cada um de nós a alcançar a alegria e felicidade num mundo em mudança.
(...)À medida que o nosso diálogo progredia, convergimos sobre os 8 pilares da alegria. Quatro deles qualidades da mente: perspetiva, humildade, humor e aceitação. Quatro eram qualidades do coração: perdão, gratidão, compaixão e generosidade. (...) Para cada acontecimento na vida- disse o Dalai Lama- existem muitos ângulos diferentes. Quando se olha para o mesmo acontecimento a partir de uma perspetiva mais ampla, a nossa sensação de preocupação e ansiedade é reduzida e temos uma maior alegria.(..) Mudar o foco no eu, mim e meu, para nós, connosco e nosso. Quando tomamos a perspetiva dos outros, podemos sentir empatia por eles. Começamos a compreender a interdependência que nos envolve a todos, o que revela que a forma como tratamos os outros é, em ultima análise a forma como nos tratamos a nós próprios.(...)"
Fugindo de uma paradisíaca ilha de Zanzibar em plena revolução, Saleh Omar aterra no Aeroporto de Gatwick como requerente de asilo político, afirmando não saber inglês. Consigo traz apenas uma caixa de mogno contendo o mais requintado incenso e um passaporte falso. Para comunicar com ele, os serviços sociais recorrem ao seu conterrâneo Latif Mahmud, também ele exilado em Inglaterra. Quando os dois homens se encontram numa pequena cidade junto ao mar, este último acusa o primeiro de roubar a identidade do seu pai e de ser o responsável pela ruína da sua família. Será apenas o começo de uma longa história com duas versões diferentes, que liga os seus passados turbulentos durante e após a revolução, num ajuste final de contas.
Romance magistral sobre a perda e a busca de identidade em terra de exílio, Junto ao Mar é uma história sobre honra, traição e redenção, que convida o leitor a redescobrir a história da África pós-colonial e os mitos do oceano Índico que brotam da memória colectiva.
Fugindo de uma paradisíaca ilha de Zanzibar em plena revolução, Saleh Omar aterra no Aeroporto de Gatwick como requerente de asilo político, afirmando não saber inglês. Consigo traz apenas uma caixa de mogno contendo o mais requintado incenso e um passaporte falso. Para comunicar com ele, os serviços sociais recorrem ao seu conterrâneo Latif Mahmud, também ele exilado em Inglaterra. Quando os dois homens se encontram numa pequena cidade junto ao mar, este último acusa o primeiro de roubar a identidade do seu pai e de ser o responsável pela ruína da sua família. Será apenas o começo de uma longa história com duas versões diferentes, que liga os seus passados turbulentos durante e após a revolução, num ajuste final de contas.
Romance magistral sobre a perda e a busca de identidade em terra de exílio, Junto ao Mar é uma história sobre honra, traição e redenção, que convida o leitor a redescobrir a história da África pós-colonial e os mitos do oceano Índico que brotam da memória colectiva.
Publicado em 1994, este é um clássico do Mindfulness, ou seja o coração da mente budista. Significa prestar atenção ao momento que se apresenta, gerindo os pensamentos e emoções no quotidiano, com mecanismos e exercícios apresentados, de forma a alterar comportamentos, e abrir caminhos.
"(...Hoje temos poucas e preciosas ocasiões para que a mente pare em silêncio. Podemos desenvolver outros hábitos que nos levem de volta ao anseio de calor, quietude e paz interior. Quando nos sentamos apenas com a nossa respiração, por exemplo, se não quisermos realmente ir a nenhum lado , mas só nos permitirmos estar aqui neste momento tal como ele é, isso é muito parecido com sentarmo-nos junto ao fogo, como as pessoas faziam nos tempos antigos.(...)"
Jon Kabat-Zinn
Histórias aconchegantes que serenam a mente e ajudam a dormir. Em "Quando nada acontece", Kathryn Nicolai, professora de meditação e yoga, oferece, através do apelo intemporal das histórias de adormecer, numa versão para adultos, uma forma saudável para serenar a mente antes de dormir. Desde celebrar a Natureza, deleitar-se com a alegria ou ficar sozinho em casa, até ao prazer de se perder nas estantes da biblioteca ou escolher os melhores legumes do mercado, ensina a atenção plena e cria hábitos sólidos para um bom sono.
A "Espaço" foi fundada em 1964 pelos nossos pais, como Livraria e Galeria de Arte. Hoje, somos nós as filhas, que prosseguimos passo a passo com a caminhada. Aos livros juntámos a papelaria e o gift, e muitas outras actividades de dinâmica para cativar o publico. Os mais novos vêm para a Hora do Conto, os adultos, para as sessões do Clube de Leitura. E ainda, a apresentação de livros pelo autor, oficinas de escrita criativa e de expressão plástica, apresentação de peças de teatro, e musicais, clube de tricot, caminhadas e bookcrossing, troca de livros...e muito mais. A proximidade do cliente, a atenção dedicada, a partilha das ideias, o aconselhar de um livro, são elos que nos ligam e que nos agraciam com a fidelização de tantos clientes.
Obrigada a Todos, o mais importante é continuar com um Espaço para ler, brincar e sonhar!
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